O 2º Plano Nacional de Desenvolvimento (2º PND) foi implementado em um cenário em que o Brasil enfrentava diversos desafios econômicos e sociais. Internamente, o país ainda sofria com o alto nível de inflação e desigualdade social, além de ter uma estrutura econômica concentrada em setores tradicionais e dependentes da exportação de commodities. Externamente, o aumento dos preços do petróleo e a recessão econômica mundial afetavam negativamente a economia brasileira.
O 2º PND, lançado em 1975 durante o governo do presidente Ernesto Geisel, tinha como objetivo superar esses obstáculos e promover o desenvolvimento do país. As principais medidas tomadas para avançar na industrialização foram:
- Investimentos em infraestrutura: foram feitos investimentos em estradas, ferrovias, portos, aeroportos e energia elétrica, visando melhorar a infraestrutura do país e estimular a produção industrial.
- Estímulo à produção industrial: foram criadas linhas de crédito e incentivos fiscais para estimular a produção industrial em setores considerados estratégicos, como o de tecnologia, química, petroquímica, siderurgia, máquinas e equipamentos.
- Protecionismo: o governo adotou medidas protecionistas, como a elevação das tarifas de importação e a exigência de conteúdo nacional na produção de bens, para proteger a indústria nacional da concorrência externa.
- Política de substituição de importações: foi adotada uma política de substituição de importações, incentivando a produção interna de bens que antes eram importados, como automóveis, eletrodomésticos e equipamentos.
- Participação estatal: o Estado teve um papel importante no desenvolvimento industrial, através da criação de empresas estatais, como a Petrobras e a Eletrobras, e do fortalecimento das empresas públicas já existentes.
Apesar dessas medidas, o 2º PND foi criticado por não contemplar uma reforma agrária, por manter a concentração de renda e por priorizar a modernização da economia em detrimento das necessidades básicas da população. Além disso, a crise econômica mundial da década de 1980 acabou comprometendo o sucesso do plano.
Ao final do governo de Geisel, a dívida externa acarretou mais solicitações de empréstimos, avolumando ainda mais o endividamento. A dívida interna também cresceu, dificultando a correção monetária. Desta forma, houve aumento do índice da inflação que subiu em média 37,9%. E os trabalhadores padeceram ainda mais com o arrocho salarial, advindo da indexação realizada apenas anualmente. Apesar disso, houve crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 6,7%, entre 1974 e 1978.
‘’Um dos maiores erros que existem é julgar os programas e políticas públicas por suas intenções e não por seus resultados’’ – Milton Friedman
Bruno Royo – Assessor de Investimentos da Diagrama
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