Por: Rafaela Carrilho
02/2024
O que é a B3?
Os ativos de renda variável, como ações e fundos imobiliários, têm como uma de suas principais características a oscilação das cotações. No Brasil, esse mercado é organizado pela B3, a bolsa de valores do mercado de capitais brasileiro e a maior da América Latina.
Sediada na cidade de São Paulo, a B3 funciona de forma autorregulada sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Seu principal indicador de referência é o Ibovespa. Porém, antes de se tornar B3, a bolsa brasileira passou por diversas transformações.
Bolsa de valores: um breve histórico
Na Praça do Comércio da Bahia, em Salvador, comerciantes se reuniam para tratar de negócios. Para tentar criar um mercado organizado, surgiu em 1817 a Primeira Bolsa do Brasil, embora não tenha sido regulamentada, o que aconteceu anos mais tarde.
Já no ano de 1843, o então Ministro da Fazenda criou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, com o objetivo de negociar títulos públicos. Mas somente em 1890 foi criada a Bolsa Livre, que, além da compra e venda de títulos, oferecia também outros produtos de intermediação bancária.
Um ano depois, em 1891, a bolsa foi fechada em decorrência das políticas econômicas adotadas na época, que geraram hiperinflação e um forte processo especulativo no mercado. Somente em 1895 ela foi reaberta com um novo nome: Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Até que outra reformulação, de 1935, passou a chamá-la de Bolsa de Valores de São Paulo, conhecida como Bovespa.
Quantas bolsas de valores existiram no Brasil?
Até meados da década de 1960, havia 27 bolsas de valores no nosso país. Cada estado tinha a sua e cada uma era controlada pelas secretarias de finanças dos próprios estados. Mas, com o passar dos anos, o cenário do mercado de capitais brasileiro continuou mudando.
No ano 2000, houve um novo redesenho no cenário das bolsas brasileiras, cujo número já era bem menor em comparação à década de 60. Naquele ano, as bolsas de São Paulo e do Rio de Janeiro (as maiores do país) deram início a um processo de unificação com as nove bolsas que restavam no Brasil.
Cetip, Bovespa e B3
Para dar mais segurança às operações do mercado financeiro, em 1986 foi criada a Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos). Já em 2007, ocorreu a abertura de capital (IPO) da então Bovespa. Um ano depois, as suas operações se juntaram à Bolsa de Mercadorias & Futuros. A bolsa, então, passou a se chamar BM&F Bovespa.
Finalmente, no ano de 2017, a BM&F Bovespa realizou uma nova fusão, desta vez com a Cetip. Foi então que surgiu o atual nome da bolsa de valores: B3 (sigla para Brasil, Bolsa e Balcão).
Qual a função da B3 hoje?
No mundo todo, as bolsas de valores funcionam como um mercado organizado para negociação de ativos financeiros. A bolsa ainda tem a função de estabelecer as regras e condições para essas negociações, para oferecer segurança e transparência e ao mercado e às partes envolvidas nessas operações.
A bolsa também realiza IPOs (abertura de capital de empresas para novos investidores) e custódia de títulos negociados por investidores. Por exemplo, se você adquire um título do Tesouro Direto, esse ativo fica custodiado na B3 em seu nome.
Além disso, a B3 atua como uma agente de Clearing (instituições que garantem a segurança e transparência nas negociações) de todas as liquidações de títulos privados de renda fixa, renda variável e derivativos.