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#Cafénomia – O destino da nação

Você já parou pra pensar que existem decisões que podem afetar o destino de uma nação inteira? Poucas pessoas podem encher o peito e falar que a escolha que elas fizeram impactaram toda uma economia de um país, porém, aqueles que podem assim mencionar, dificilmente fazem. 

Aqueles que passaram pela primeira fase de “arranhar” o que as ciências econômicas podem trazer de conhecimento, já devem ter se deparado com uma frase corriqueira do ramo “a economia é formada pela soma das decisões individuais”. Porém, após isso pouco se fala de escolhas individuais, pelo foco na macroeconomia e em como ela afetou o mundo no decorrer dos anos.

Na última semana, tivemos o atual (até esse momento que estou escrevendo essa coluna) presidente do Banco Central Brasileiro sendo ovacionado em rede pública, por políticos e jornalistas que aproveitaram a situação para fazer um show de horrores cinematográfico tão grande, que teve sua maior parte ignorado pelos principais meios de mídia que narram a bolsa de valores.

– Sim, você não leu errado.

Um dos maiores eventos econômicos que já tivemos no Brasil, neste último mês de abril, foi ignorado pela maior parte da mídia pela baixa relevância que ele iria trazer para o todo.

O evento veio para satisfazer opiniões públicas, com o foco principal no atual andar da política monetária brasileira e a forma que a taxa de juros atualmente está retardando a economia como um todo. No fato em sí, o atual presidente do banco do central, Roberto Campos Neto, foi alvo de duras críticas sobre o seu papel na economia e o quanto ele estava prejudicando o país. Apesar de ele ter se defendido da melhor forma possível, a opinião pública não caminha a seu favor. E como o faria?

Muitas empresas estão performando mal devido ao juro elevado no Brasil, sem falar que as críticas já chegaram a ser tão esdruxulas a ponto de comparar a taxa nominal brasileira com a norte americana sem ao menos fazer estudos básicos sobre economia dos dois países.

A pressão que o atual presidente está sofrendo não é para poucos. Para alguém que hoje faz o seu trabalho somente para ajudar o Brasil a ter uma economia melhor, as atuais críticas devem vir como facadas e torções no coração que poucos aguentariam.

Não mentirei para você leitor, o Marcello investidor e operador de Bolsa de Valores (B3) clama por uma queda nos juros brasileiros. Com isso, a bolsa brasileira voltará a subir. Entretanto, o Marcello economista não cansa de repetir em minha orelha, “será que isso só seria bom para a bolsa e não para a economia?”.

O Campos Neto não decide a política de juros sozinho. Ele é um dos membros que votam para a taxa de juros e não pode mover a economia como se fosse uma alavanca. Porém me pergunto o tamanho do peso que ele deve sofrer diariamente para tentar manter a economia brasileira no rumo que irá trazer a “ordem e o progresso” que estampamos na nossa bandeira.

Você aguentaria o peso de uma decisão que muda toda a economia de uma nação inteira? Apesar de eu querer ter esse peso no futuro, hoje eu não aguentaria. Mas, cabe uma pergunta:

Nesse cenário, você cederia a opinião pública e aceitaria ter fotos suas sendo queimadas na Avenida Paulista ou ignoraria isso e focaria no que é melhor para a nação? 

“Dedico essa coluna para aqueles que fizeram parte da macroeconomia, aqueles que decidiram a política monetária do país.”

Imagem: Psicólogos Berrini

Marcello Corsi Janota de Carvalho – Economista e Operador da Mesa de Renda Variável

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