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Novas regras do Imposto de Renda 2025: O que muda na sua vida e na economia do Brasil

Por: Matheus Farias (Assessor de Investimentos)


A cada novo ciclo, o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) ganha novos capítulos – e em 2025, as mudanças prometem não só impactar o bolso de milhões de brasileiros, como também mexer peças importantes do xadrez econômico do país. Seja você investidor, trabalhador autônomo ou assalariado, entender os novos cenários fiscais é crucial não só para ficar em dia com a Receita Federal, mas também para planejar melhor o seu patrimônio.

Principais mudanças do IRPF 2025

A Receita Federal trouxe novidades importantes para a declaração de 2025, especialmente para quem tem bens no exterior, realizou a atualização de valores de imóveis, opera em bolsas ou teve movimentações financeiras significativas. Entre as principais mudanças, destacam-se:

1. Nova tabela de alíquotas e maior faixa de isenção

A faixa de isenção subiu para R$ 2.259,20 mensais – uma vitória parcial em meio à defasagem histórica da tabela. O escalonamento das alíquotas para 2025 ficou assim:

Faixa salarialAlíquotaDedução do IR
Até R$ 2.259,20
De R2.259,21ateˊR 2.826,657,5%R$ 169,44
De R2.826,66ateˊR 3.751,0515%R$ 381,44
De R3.751,06ateˊR 4.664,6822,5%R$ 662,77
Acima de R$ 4.664,6827,5%R$ 896,00

Apesar do ajuste, ainda há uma promessa de elevar a isenção para até R$ 6.000,00 até 2026.

2. Obrigatoriedade e quem precisa declarar

Estão obrigados a declarar em 2025 aqueles que, em 2024:

  • Receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00;
  • Obtiveram rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200.000,00;
  • Tinham posse ou propriedade de bens acima de R$ 800.000,00;
  • Operaram na bolsa, tiveram ganhos de capital ou receita bruta rural acima de R$ 169.440,00;
  • Receberam rendimentos do exterior;
  • Optaram pela atualização de valor de bens imóveis conforme as novas regras.

3. Impostos sobre bens no exterior e investimentos internacionais

A partir de 2025, todos os rendimentos obtidos no exterior deverão ser declarados e tributados à alíquota fixa de 15%, independentemente de serem repatriados ou não. Essa mudança, fundamentada pela Lei nº 14.754/2023, visa alinhar o Brasil a padrões internacionais e combater a evasão fiscal via offshores e trusts.

Ou seja: quem investe fora do país, em bolsas estrangeiras, fundos, imóveis ou empresas, estará sujeito a tributação anual automática na declaração. A Receita, inclusive, pretende tornar o preenchimento mais simples via programa próprio.

4. Atualização de bens imóveis com alíquota reduzida

Outra mudança relevante é a possibilidade de atualizar valores de imóveis na declaração, pagando uma alíquota especial de 4% sobre o ganho de capital antecipadamente – um grande atrativo para quem pensa em vender propriedades no futuro, pois reduz consideravelmente o imposto cobrado posteriormente (que pode chegar até 15%).

5. Novas regras para criptomoedas e ativos digitais

Desde 2024, a declaração de criptoativos exige mais detalhamento: além do tipo de moeda, deve-se informar CNPJ ou instituição custodiante. Para criptoativos guardados em exchanges internacionais (sem CNPJ), uma ficha específica sobre patrimônio no exterior foi criada, acompanhando a tendência de maior fiscalização.

6. Facilidade de acesso, autorização para terceiros e declaração pré-preenchida

Agora é possível autorizar terceiros para acessar e retificar a declaração, desde que tenham conta Gov.br prata ou ouro – especialmente útil para famílias e dependentes. O recurso de declaração pré-preenchida ficou mais eficiente e, para quem opta por ele, há prioridade na restituição.

7. Dedutibilidade de doações ampliada

A dedução de doações ficou melhor estruturada, com limites claros para projetos sociais, saúde, reciclagem e esporte. Isso pode impulsionar o terceiro setor e estimular ações sociais com impacto social tangível.


Opinião: o impacto real do novo IRPF na vida do brasileiro e na economia

Não há como negar: o ajuste no IRPF, ainda que longe do ideal, já representa avanço sobre anos de congelamento da tabela. A ampliação da faixa de isenção é sinal positivo, atingindo boa parte da população de rendas mais baixas – e quando vier uma possível isenção até R$ 6.000,00, a medida será extremamente significativa. Em um país marcado pela desigualdade social, tornar o sistema tributário mais progressivo é uma correção de rota.

Por outro lado, a tributação mais rígida sobre rendimentos no exterior corrige antigas brechas e iguala investidores globais aos demais, elevando a transparência. No entanto, para quem aplica fora do Brasil, será fundamental repensar estratégias, pois o custo fiscal subiu. Especialistas apontam que a mudança tende a trazer parte do capital de volta ao país, mexendo com nossos mercados de capitais.

Para a economia, os efeitos são mistos: mais gente isenta implica menos arrecadação direta, mas facilita o consumo interno e incentiva o giro do dinheiro. Já a arrecadação reforçada com grandes fortunas e patrimônio no exterior pode equilibrar as contas públicas, se bem administrada.

Na vida prática, a mensagem é clara: fique atento às mudanças, se organize desde já, aproveite recursos digitais da Receita e, quando possível, busque orientação de um contador – o custo de errar ou atrasar está cada vez maior.


Dicas para acertar na declaração em 2025

  • Baixe o programa ou use o app “Meu Imposto de Renda” logo no início do prazo (que vai de 17 de março a 30 de maio de 2025).
  • Revise informações pré-preenchidas e atualize quando necessário.
  • Declare rendimentos do exterior mesmo se não tiver repatriação dos valores.
  • Se atualizou imóveis em dezembro de 2024, declare corretamente o novo valor.
  • Confira gastos dedutíveis: saúde, educação, previdência, doações e alimentandos.
  • Organize todos os informes de rendimento e documentos antes de começar.
  • Em caso de dúvidas, consulte um contador ou acesse a www.gov.br.

O Imposto de Renda de 2025 inaugura uma fase mais moderna, tecnológica e alinhada com o mundo global. Exige mais organização do contribuinte, mas promete simplificar, ao menos em parte, a burocracia. Mais do que nunca, a informação é o melhor aliado para evitar erros, multas e até oportunidades perdidas.

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